quarta-feira, 28 de abril de 2010

Logística intermodal: Intermodalidade pode ser solução logística de transporte da Ferrosul

A Ferroeste e o Instituto de Engenharia do Paraná (IEP) discutiram nesta terça-feira (27) a intermodalidade como a solução para a logística de transporte para a região Sul. Os debates aconteceram durante o Seminário sobre a Integração Hidroferroviária da Bacia do Paraná, na sede do IEP, em Curitiba. Vários temas relacionados aos modais ferroviário e hidroviário foram discutidos durante o evento.

O presidente da Ferroeste, Samuel Gomes, falou sobre a Ferrosul e a malha ferroviária da região do Codesul e Paraguai e suas perspectivas de integração com o sistema hidroviário. Em sua apresentação, Gomes historiou o processo de criação da Ferrosul.

“O IEP estuda as possibilidades de maximizar a capacidade de transporte do Paraná”, informou o presidente do instituto, Jayme Sunye. “Existem alternativas viáveis às rodovias”. No encontro, Sunye apresentou um estudo do Banco de Ideias do IEP sobre a hidrovia do Rio Ivaí, que iria do Rio Paraná até o município de Doutor Camargo, onde faria entroncamento com o sistema ferroviário existente.

O ex-governador Emílio Gomes, do Banco de Ideias do IEP, considerou positivo o encontro para debater a multimodalidade. “Tudo faz a somatória dos modais”, disse ele. “E a rodovia é o mais caro de todos. Não é por outra razão que estamos com deficiência em concorrer nos mercados internacionais devido aos altos fretes no Brasil”.

O coordenador do Labtrans – Laboratório de Transportes e Logística da Universidade Federal de Santa Catarina, Rodolfo Philippi, apresentou o Plano Diretor de Infraestrutura de Transportes da região do Codesul e Paraguai, que, segundo ele, é uma proposta de estudo, solicitada pela Ferrosul/Ferroeste, que possibilitará fazer projeções sobre as potencialidades da macrologística do Codesul, tendo como base os dados existentes

O cônsul-geral do Paraguai, Hector Gimenez Galeano, lembrou que “o objetivo principal dos produtores paraguaios é chegar ao Porto de Paranaguá”. Entre os projetos de integração logística, disse ele, “o Paraguai aposta na Ferrosul e na extensão da ferrovia até Foz do Iguaçu e ao nosso país e depois ao Chile”.

A presidente da Associação Comercial e Industrial de Foz do Iguaçu (Acifi), Elizangela de Paula Kuhn, que veio a Curitiba especialmente para o seminário, considera que a chegada da ferrovia na fronteira é uma contribuição muito importante para toda a região e para o Paraguai. “É um compromisso que o governo brasileiro assumiu com o governo paraguaio”, ressalta. Na questão hidroviária, ela lembra que a Itaipu realiza um estudo de viabilidade, com verbas do BID, sobre a transposição do Tiete até a bacia do Prata, na Argentina, pela barragem da hidrelétrica.

“Encontro como os que realizamos hoje visam aprofundar tecnicamente os caminhos para que o transporte passe a servir ao aumento da produtividade da economia brasileira e à melhoria da qualidade de vida da população, o que não vem ocorrendo. Como diz o professor Carlos Lessa, ex-presidente do BNDES, entre os países do seu porte, o Brasil é o único país do mundo que pode obter um salto de produtividade sem passar por uma revolução tecnológica, bastando transformar a sua matriz de transportes, que hoje é perversa e ineficiente. A Ferrosul nasce para contribuir para que o Brasil atinja este objetivo”, declarou ao final seminário, Samuel Gomes, presidente da Ferroeste.
fonte: http://www.bemparana.com.br

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Logistica em Foco: Rodoanel impulsiona setor de logística no Grande ABC

Com a demanda em alta e a perspectiva de ter novos clientes devido à entrada em operação do trecho Sul do Rodoanel, diversas companhias do segmento de logística na região prospectam terrenos para ampliar de forma expressiva a capacidade instalada de seus armazéns.

É o caso da Integral, que opera a Eadi (Estação Aduaneira do Interior) de São Bernardo. A empresa tem como objetivo duplicar, nos próximos meses, sua área total, que hoje tem 32 mil m², e também dobrar seu espaço coberto (atualmente com 12 mil m² de galpões).

Segundo o diretor da companhia, Antonio Carvalho, a movimentação de produtos tem crescido de forma expressiva desde outubro do ano passado, sobretudo na importação de mercadorias - que corresponde a cerca de 90% do faturamento.

Ele explica que o aquecimento da economia do País e o cenário favorável à importação - com o real valorizado frente ao dólar - impulsionou a área de logística e armazenagem de bens de consumo e matérias-primas adquiridos do Exterior pelas indústrias e pelo comércio.

De abril de 2009 a março deste ano, houve crescimento de 25% no movimento da Integral, cita o executivo. "Por um lado, isso é muito bom, mas existe o problema da taxa de câmbio, que impacta na receita. Com a conclusão do Rodoanel (o trecho Sul), nossa aposta é dobrar o volume", afirma.

Carvalho cita que tem recebido consultas de potenciais clientes das regiões de Campinas e de Jundiaí, o que não acontecia antes da inauguração do sistema viário. "O Rodoanel é um alavancador de negócios", avalia.

Pertencente ao grupo Lachmann, a companhia atua com armazenagem e movimentação de cargas para diversos segmentos: desde autopeças, turbinas de aviões, peças de maquinário e alimentos até itens dos ramos farmacêutico e cosmético.

EADI - Eadi se refere à atividade conhecida como porto seco, por não ficar no Litoral, mas funcionar como entreposto aduaneiro. O executivo destaca vantagens no atendimento ao setor empresarial em relação à alfândega dos portos ‘molhados''. Isso porque os clientes, além de poderem armazenar no local produtos importados como se esses itens ainda estivessem fora do País, podem nacionalizá-los gradualmente, pagando o imposto de importação referente apenas à parte da carga que vai ser retirada do armazém.

Com isso, têm as mercadorias mais próximas das fábricas (em relação ao litoral) e podem controlar melhor os estoques. "E ainda agregamos serviços de embalagem e desembalagem", salienta Carvalho.

EXPANSÃO - Outra companhia que quer duplicar em breve suas operações - a intenção é agregar mais 30 mil m² aos atuais 31 mil m² de área de armazéns - é a Trafti, de São Bernardo.

A operadora tem a expectativa de se beneficiar bastante de sua localização. Está a dois quilômetros de uma das alças de acesso da rodovia Imigrantes ao anel viário. O presidente da companhia, Marco Capitânio, exemplifica: "Daqui até Itu levávamos duas hora; agora fazemos em uma."

O executivo cita que os negócios cresceram mais de 40% no início do ano frente ao mesmo período de 2009, entre outros fatores, em função do aumento da importação. Mas ele avalia ainda que não dá para creditar esse impulso ao Rodoanel. "O mercado está aquecido", afirma.
fonte:Leone Farias
Do Diário do Grande ABC - http://www.dgabc.com.br